domingo, 30 de março de 2008

Toda a gente erra sim senhora, e toda a gente merece uma segunda oportunidade…
Mas pelo amor de Deus, existem coisas que não se fazem a ninguém, pelo menos para demonstrar o mínimo de respeito que temos uns pelos outros.
Odeio que mexam nas minhas coisas sem pedir autorização, odeio pessoas cinicas, dissimuladas, falsas, que pensam que sabem tudo mas na verdade não sabem nada. Estou farta de estar rodeada de gente em quem não confio, mas em quem sou obrigada a confiar. Querem as minhas respostas, as minhas verdades, conhecer-me melhor. Mas como? Como será isso possível se invadem o meu espaço, encurralam-me, remexem-me, não me compreendem… onde está o respeito e a consideração mínima que devemos ter pelas pessoas?
Gostava que me dessem a mão, que me dessem apoio, que não me apontassem o dedo nem mexericassem nas minhas costas. Ajudem-me a tomar decisões de uma maneira coerente, sem o sentimento de culpa ou de que estou a ser forçada a tomar essa decisão. Queria que a minha melhor amiga aqui estivesse, pois só ela é capaz de tais acções. Amo-a, ela me ama e é assim que as pessoas devem conviver, amando-se umas ás outras. Será que compreendem o que eu tenho aqui escrito. Talvez sim. Talvez não. Mas isto é apenas um desabafo minha gente. Um desabafo de quem se sente infeliz, com a própria vida, com o rumo da vida, com o chão que piso, com modo como que as pessoas me lêm, sem atenção(pois sei que tenho um feitio um pouco difícil... um temperamento inconstante) .

Toda a gente erra sim senhora, toda a gente merece uma segunda oportunidade. Mas pelo amor de Deus, será que há coisas essenciais que as pessoas não conseguem ver? Digam-me que sim, que elas vêm mas simplesmente não exteorizam os sentimentos que tais visões desencadeiam
Os meus amigos neste momento são as pessoas mais importantes para mim… os únicos capazes de fazer-me sentir bem. Assumir os erros e tentar remediá-los… por isso é que os amo de uma maneira praticamente inexplicável… espero que não me desiludam como algumas pessoas me têm vindo a desiludir.
quero ser feliz gente… uma segunda oportunidade… mais nada !

terça-feira, 25 de março de 2008

Aconchega-me em ti
Cobre-me de teus beijos
Embala o sonho que trago e mim
Sacia meus desejos
Deita-me sobre a lua
Cuida-me bem
Assim serei tua
E de mais ninguem
Abraça-me forte
Até eu adormecer
Pois tenho medo da morte
E morrerei se te perder

quarta-feira, 19 de março de 2008

Noite 100 palavras

Porque me bebeste o sonho
O sono, as estrelas e a lua
Porque me despiste o olhar
E deixaste-me nua
Porque dormiste sobre ti
Sobre mim e sobre as palavras
Porque amanhã então morri
Enquanto ontem me deixavas
Porque nós... Eu e tu
Vivemos a noite e a madrugada

Vestida em corpo nu
Bebeste-me ensonada

*@*

domingo, 16 de março de 2008

Amor Platónico


Relembro os teus olhos


Meu amor platónico,
Como sonhava acordada
Com o teu sorriso e as tuas palavras,

Desejava-te…

Como uma menina de dez anos

Deseja o seu primeiro namorado

E sonha ser ele o príncipe encantado.

O típico rapaz do campo

De pele queimada

Das horas de trabalho de criança.

Os cabelos pretos como a noite escura

Que se avistava naquele verão.

A voz fina ainda de jeito ameninado

Mas o sorriso…
Ai… Como eu o via,

Como te olhava de uma só vez.
Bebia-te a voz de um só gole,
Sentia a garganta seca,

A voz áspera e ansiosa.

Era menina,
Brincando de amor…

Mas ainda te espero no fundo da aldeia,

E enquanto desço a encosta,

Olho a tua janela

Imaginando-te saíres por ela.

Sempre acreditei que seria feliz se caminhasse ao sabor do vento
Naquele passo tão meu...
Passo tão lento...
Aqui hoje e agora, revelou-se a tal mentira
A felicidade está no vento
Se não agarrares alguém nos tira
Eu apenas peguei-te
(enfim) usei-te
(bem...assim...) silenciei-te
Descarregando em mim a desculpa nunca aceite
Punida pela culpa, deixei de tentar ser feliz
Ou é apenas a desculpa, quando te olho quando sorris
Louca por momentos
Ciente apenas em fingimento
Ele diz e ainda diz:
"Escravatura de sentimento"

quarta-feira, 12 de março de 2008

A mentira

Mais uma vez chegando tarde a casa, e começo desde a porta do prédio a praticar a minha péssima habilidade, produzindo mentalmente os pormenores de cada mentira esfarrapada que poderá saltar-me da boca na hora “H” , a tal hora que eu tenho vindo a conhecer à algum tempo e com quem eu fui obrigada a criar uma certa cumplicidade.
“Boa sorte!”
Repito vezes sem conta antes de dar o subtil toque na campainha
“Pronto…”
Digo da boca para fora depois de ouvir o som que eu própria provoquei.
O meu corpo encontra-se completamente encharcado, não apenas por ter corrido como uma gazela na esperança de chegar menos tarde, mas também por estar a suar toneladas de medo, quilos de insegurança e gramas de culpa.
A porta abriu-se e é a mesma história de sempre, o pessoal cá de casa tem um enorme sentido de inovação, que é totalmente impossível descobrir a primeira frase com ponto de interrogação que eles fazem.
“Porquê que chegaste a estas horas ?”
Fico 100% intimidada, mais 100% atrapalhada e com os membros a tremer por completo, dou a tal “mentira esfarrapada”, em que cada palavra sai soluçada. É inevitável, fui denunciada ! A mentira não presta e a mentirosa muito menos.
Tento ter o comportamento mais normal e racional de sempre, então pego de novo nas minha trouxas que larguei ao tentar esconder o medo, e levo tudo para o quarto. Atiro a mala, juntamente com a raiva de mim própria para cima da cama, e logo de seguida atiro-me a mim também. Finjo estar extremamente cansada e ensonada. Fecho os olhos sem tirar uma peça de roupa e durmo assim mesmo, vestida, e mais uma vez comprometida com a mentira. Mas como o sono é tão fraco e tão fingido, em vez de adormecer, alastro mais um pouco as coisas na minha cabeça. De repente encolho os ombro e sai-me da boca um “quero lá saber…Mi !”. Como se tudo aquilo que aconteceu à cinco minutos atrás não fosse nada. Já era tudo tão habitual e tinha um ar tão familiar…
Mas agora penso, raciocino em condições e pergunto-me com franqueza: Esse tal “quero lá saber” significa que isto não voltará a acontecer, ou que vou voltar a repeti-lo quando quiser ???

*@*

sábado, 1 de março de 2008

E lá vão as horas... voando
Lá vão os sete dias de pecado
Mas a vontade continua gritando
Pedindo mais um bocado

E lá vão os tempos... enfim
Lá vais tu e eu atrás
Mas o sentimento permanece assim
Insaciado. Incapaz.

Depois vem tudo de volta
é uma necessidade evidente
Tu melhor e eu solta
Amante e confidente